A SOMBRA DA INVEJA
A inveja está presente em todos nós e é encarada como algo ruim. Mas é
possível tirar proveito desse sentimento para evoluir, sem prejudicar ninguém.
1 Conta uma antiga fábula que, depois de muito fugir de uma cruel serpente, o vaga-lume se rendeu, pedindo apenas para que ela lhe respondesse três perguntas, antes de devorá-lo. Um pouco relutante, mas satisfeita por mostrar sua superioridade diante da presa, a serpente aceitou a proposta. Para começar, o inseto quis saber se fazia parte da cadeia alimentar de sua perseguidora.
Rapidamente, ela respondeu que não fazia. Percebendo que não se tratava de uma questão alimentar, o vaga-lume tentou puxar pela memória algo pessoal. No entanto, não se recordou de nenhum conflito entre eles. Questionou, então, se já havia feito algum mal à cobra. Ela balançou a cabeça negativamente. Confuso
e sem entender o que se passava, ele perguntou, por fim, o que fazia a serpente caçá-lo com tanta insistência e ódio. A resposta foi objetiva. “É que não suporto vê-lo brilhar”, disse.
13 Essa simples história retrata com clareza um sentimento conhecido por todos nós: a inveja. Afinal, quem é que nunca se sentiu incomodado com o sucesso alheio, desejou estar no lugar de outra pessoa ou possuir algo que não era seu? E mais que isso, qual de nós nunca notou (e temeu!) olhos invejosos diante de um momento feliz que estava vivenciando? “A inveja faz parte da natureza humana. E, por mais que as pessoas a evitem e sintam vergonha de admiti-la, é preciso reconhecer sua ação em nossas vidas e, assim, encontrar uma forma de trabalhá-la”, ressalta a terapeuta transpessoal Cida Medeiros, de São Paulo.
21 Uma das principais questões acerca da inveja é a competitividade. Apesar de esse conceito ser um velho conhecido dos seres humanos – antes ligado a
questões importantes, como a sobrevivência – atualmente, sua atuação é muito
mais intensa e abrange as mais diversas áreas. “A cultura moderna prega
padrões profissionais, estéticos e até pessoais que levam as pessoas
a competirem o tempo todo, sem nem sequer se dar conta disso. E competição
leva à comparação. Esse é o ponto de partida para muitas situações em que a
inveja figura”, comenta Cida Medeiros.
29 O raciocínio é lógico: quando comparamos duas ou mais pessoas, alguém
termina em posição de desvantagem. E é aí que, geralmente, pinta aquele
incômodo persistente, quase que como uma voz que nos estimula a cobiçar o
trunfo do outro. No início a coisa é branda: a gente reconhece as qualidades dele e até lamenta por não ser daquele jeito. Existem casos, porém, em que a inveja toma proporções tão grandes que cria o desejo de destruir o ser invejado.
35 Muita gente acredita, no entanto, que acertando a dose e sabendo direcioná-la é possível livrar a inveja do estigma de vilã. E mais do que isso, dá até para utilizá-la em favor próprio, sem prejudicar o outro. “A inveja pode funcionar como ferramenta para o crescimento. Isso ocorre quando as pessoas enxergam aquele que obteve sucesso como um exemplo e fazem disso um estímulo para buscar o que desejam ter ou ser”, explica Priscila Araújo.
41 É o que chamamos de inveja boa e os especialistas de inveja criativa.
Acontece que, muitas vezes, presenciar a vitória de outra pessoa nos desperta a vontade de vencer também. Aí, começamos uma série de atitudes benéficas:
pensamos no que nos falta para chegar lá, planejamos, mudamos aquilo que não estava bom... É como um empurrãozinho, a força que faltava para irmos atrás de nossos objetivos. “Diante disso, fica claro que mesmo os sentimentos que rotulamos como negativos podem vir a serviço de algo, revelando-se, na verdade,transformadores. O segredo é acolher as emoções como parte de nós, refletir sobre elas e tudo o que sinalizam”, finaliza Cida Medeiros.
(Extraído de Patrícia Affonso – Edição 29/2009 – Editora Escala, SP: Revista Vida Natural)
Meu blog foi criado para socializar com os alunos,profissionais da educação e demais usuários da língua portuguesa,como é fácil o uso "correto" da variante culta. Além de outras formas de uso das variantes linguísticas nas diversas situações de comunicação.
Quem sou eu

- com a língua afiada
- São João de Pirabas, Nordeste - Pará, Brazil
- Chamo-me Rosimere Almeida. Sou professora de língua portuguesa na Escola Estadual de Ensino Médio Professor Francisco da Silva Nunes. Atualmente, também desempenho a função de vice-diretora. Leciono para as turmas de 1ª e 3ª série - ensino médio.Sou casada e tenho dois filhos. Sou especialista em Arte-Educação. Resido há 19 anos no município de São João de Pirabas/PA.
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terça-feira, 27 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
O falar paraense na visão de Cipro Neto
Texto do Pasquale Cipro Neto
Estive em Belém, capital do Pará para proferir duas conferências. Tudo ótimo, do pessoal que organizou o evento às inúmeras pessoas que compareceram e assistiram às palestras. É claro que nessas ocasiões presto muita atenção no que ouço.
Nada de procurar erros, pelo amor de Deus! O que me fascina é descobrir as particularidades da linguagem de cada comunidade, de cada grupo social. E a linguagem dos paraenses – mais especificamente a dos belenenses – é particularmente interessante.
‘Queres água?’, perguntava educadamente uma das pessoas que participaram da equipe de apoio. O pronome ‘tu’, da segunda pessoa do singular, é comum na fala dos habitantes de Belém. Com um detalhe: o verbo conjugado de acordo com o que prega a gramática normativa, ou, se você preferir, exatamente como se verifica na linguagem oral em Portugal.
Em Lisboa e em Belém, é muito comum ouvir ‘Foste lá?’, Fizeste o que pedi?’, ‘Trouxeste o livro?’, ‘Queres água?’, ‘Sabes onde fica a rua?’. Inevitável lembrar uma canção de uma dupla da terra, Paulo André e Rui Barata (’Beira de mar, como um resto de sol no mar, como a brisa na preamar, tu te foste de mim’). ‘Tu te foste’, diz a letra, certamente escrita assim pelo letrista Rui Barata, exatamente como dizem as pessoas em Belém. A cantora Fafá de Belém, equivocadamente, gravou ‘fostes’. Uma pena! ‘Fostes’ serve para vós: ‘vós fostes’.
O que se ouve em Belém – ‘foste’, ‘fizeste’, ‘queres’ – não é comum em qualquer região do país. Em boa parte do Brasil, é freqüente o emprego do pronome ‘tu’ com o verbo conjugado na terceira pessoa: ‘Tu fez?’, ‘Tu sempre faz isso?’, ‘Por que tu não estuda?’, ‘Tu comprou o remédio?’. Para a gramática normativa, isso está errado. Se o pronome é ‘tu’, o verbo deve ser conjugado na segunda pessoa do singular: ‘fizeste, fazes, estudas, compraste’, nas frases anteriores.
Na linguagem oral, a mistura de pessoas gramaticais (’Você fez o que te pedi?’ ou ‘Tu falou’, por exemplo) é tão comum no Brasil que é impossível não ficar surpreso quando se vai a Belém e se ouve a segunda pessoa do singular como se emprega em Portugal. Aliás, Belém tem forte e visível influência portuguesa, a começar pela bela arquitetura. Ainda segundo a gramática – e segundo o uso lusitano, vivíssimo -, quando se usa ‘tu’, não se usa ‘lhe’.
E aí a roda pega, até em Belém, onde, apesar dos verbos e do sujeito na segunda pessoa, às vezes se ouve o pronome ‘lhe’: ‘Foste lá? Eu lhe disse que devias ir’. Qual é o problema? O pronome ‘lhe’ se usa para ‘você’, ’senhor’, ’senhora’, ‘Excelência’, ou qualquer outro pronome de terceira pessoa. Na língua formal, ‘tu’ e ‘lhe’ não combinam. ………… ……… ……… …
Não custa repetir que todas essas observações têm como base a gramática normativa, que, na linguagem oral, ou seja, na fala, como se vê, não é aplicada integralmente em nenhum canto do Brasil. O que fazer? Nada de histeria. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Nada de imaginar que se deva exigir de todo brasileiro, na fala, o cumprimento irrestrito das normas lusitanas de uniformidade de tratamento.
E nada de achar que não se deve ensinar isso nas escolas, que não se deve tocar no assunto. Afinal, a uniformidade de tratamento está nos clássicos brasileiros e portugueses, está na língua viva, oral de Portugal e de outros países de língua portuguesa.
Está até na poesia brasileira deste século. E também na música popular da Bossa Nova (’Apelo’, de Baden e Vinicius, por exemplo: ‘Meu amor, não vás embora, vê a vida como chora, vê que triste esta canção; eu te peço: não te ausentes, pois a dor que agora sentes…’) a Chico Buarque (’Acho que estás te fazendo de tonta, te dei meus olhos pra tomares conta, me conta agora como hei de partir’ versos de ‘Eu Te Amo’, música de Tom Jobim e letra de Chico Buarque).
Não custa repetir: na língua culta, formal, é desejável a uniformidade de tratamento. Quando se usa tu, usam-se os pronomes te, ti, contigo, teu.
Quando se usa você, senhor, Excelência, usam-se os pronomes o, a, lhe, seu.
E também não custa pesquisar um pouco, ler os clássicos e os modernos.
Ou fazer uma bela viagem a Belém e lá tomar o tacacá. E ouvir algo como ‘Fizeste o trabalho?’.
_________________
Estive em Belém, capital do Pará para proferir duas conferências. Tudo ótimo, do pessoal que organizou o evento às inúmeras pessoas que compareceram e assistiram às palestras. É claro que nessas ocasiões presto muita atenção no que ouço.
Nada de procurar erros, pelo amor de Deus! O que me fascina é descobrir as particularidades da linguagem de cada comunidade, de cada grupo social. E a linguagem dos paraenses – mais especificamente a dos belenenses – é particularmente interessante.
‘Queres água?’, perguntava educadamente uma das pessoas que participaram da equipe de apoio. O pronome ‘tu’, da segunda pessoa do singular, é comum na fala dos habitantes de Belém. Com um detalhe: o verbo conjugado de acordo com o que prega a gramática normativa, ou, se você preferir, exatamente como se verifica na linguagem oral em Portugal.
Em Lisboa e em Belém, é muito comum ouvir ‘Foste lá?’, Fizeste o que pedi?’, ‘Trouxeste o livro?’, ‘Queres água?’, ‘Sabes onde fica a rua?’. Inevitável lembrar uma canção de uma dupla da terra, Paulo André e Rui Barata (’Beira de mar, como um resto de sol no mar, como a brisa na preamar, tu te foste de mim’). ‘Tu te foste’, diz a letra, certamente escrita assim pelo letrista Rui Barata, exatamente como dizem as pessoas em Belém. A cantora Fafá de Belém, equivocadamente, gravou ‘fostes’. Uma pena! ‘Fostes’ serve para vós: ‘vós fostes’.
O que se ouve em Belém – ‘foste’, ‘fizeste’, ‘queres’ – não é comum em qualquer região do país. Em boa parte do Brasil, é freqüente o emprego do pronome ‘tu’ com o verbo conjugado na terceira pessoa: ‘Tu fez?’, ‘Tu sempre faz isso?’, ‘Por que tu não estuda?’, ‘Tu comprou o remédio?’. Para a gramática normativa, isso está errado. Se o pronome é ‘tu’, o verbo deve ser conjugado na segunda pessoa do singular: ‘fizeste, fazes, estudas, compraste’, nas frases anteriores.
Na linguagem oral, a mistura de pessoas gramaticais (’Você fez o que te pedi?’ ou ‘Tu falou’, por exemplo) é tão comum no Brasil que é impossível não ficar surpreso quando se vai a Belém e se ouve a segunda pessoa do singular como se emprega em Portugal. Aliás, Belém tem forte e visível influência portuguesa, a começar pela bela arquitetura. Ainda segundo a gramática – e segundo o uso lusitano, vivíssimo -, quando se usa ‘tu’, não se usa ‘lhe’.
E aí a roda pega, até em Belém, onde, apesar dos verbos e do sujeito na segunda pessoa, às vezes se ouve o pronome ‘lhe’: ‘Foste lá? Eu lhe disse que devias ir’. Qual é o problema? O pronome ‘lhe’ se usa para ‘você’, ’senhor’, ’senhora’, ‘Excelência’, ou qualquer outro pronome de terceira pessoa. Na língua formal, ‘tu’ e ‘lhe’ não combinam. ………… ……… ……… …
Não custa repetir que todas essas observações têm como base a gramática normativa, que, na linguagem oral, ou seja, na fala, como se vê, não é aplicada integralmente em nenhum canto do Brasil. O que fazer? Nada de histeria. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Nada de imaginar que se deva exigir de todo brasileiro, na fala, o cumprimento irrestrito das normas lusitanas de uniformidade de tratamento.
E nada de achar que não se deve ensinar isso nas escolas, que não se deve tocar no assunto. Afinal, a uniformidade de tratamento está nos clássicos brasileiros e portugueses, está na língua viva, oral de Portugal e de outros países de língua portuguesa.
Está até na poesia brasileira deste século. E também na música popular da Bossa Nova (’Apelo’, de Baden e Vinicius, por exemplo: ‘Meu amor, não vás embora, vê a vida como chora, vê que triste esta canção; eu te peço: não te ausentes, pois a dor que agora sentes…’) a Chico Buarque (’Acho que estás te fazendo de tonta, te dei meus olhos pra tomares conta, me conta agora como hei de partir’ versos de ‘Eu Te Amo’, música de Tom Jobim e letra de Chico Buarque).
Não custa repetir: na língua culta, formal, é desejável a uniformidade de tratamento. Quando se usa tu, usam-se os pronomes te, ti, contigo, teu.
Quando se usa você, senhor, Excelência, usam-se os pronomes o, a, lhe, seu.
E também não custa pesquisar um pouco, ler os clássicos e os modernos.
Ou fazer uma bela viagem a Belém e lá tomar o tacacá. E ouvir algo como ‘Fizeste o trabalho?’.
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O que é certo ou errado no uso da língua portuguesa?!
Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. O modo de falar uma língua varia:
- de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;
- de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;
- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular);
- de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.
Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida.
Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação.
Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante. Uma frase como “o povo exageram” tem o mesmo sentido que “o povo exagera”.
Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do conteúdo, é sempre plural. Nada impede que, mesmo na forma singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo época em que o “chique” era a concordância com o conteúdo. Hoje, a concordância é com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. No português atual, uma frase como “o povo exageram”, embora não contenha nenhum absurdo, deprecia a imagem do falante.
Os vestibulares inovadores exploram as variantes lingüísticas de uma maneira bem mais apropriada, reconhecendo a sua utilidade para criar variados efeitos de sentido: caracterizar personagens no interior de um texto narrativo; estabelecer relações de intimidade entre os falantes; ridicularizar pessoas que as utilizam inadequadamente, etc.
Os vestibulares tradicionais, quando tratam das variantes, quase só se preocupam com o que chamam de correção gramatical, postulando como falar correto apenas aquele que corresponde às normas da linguagem culta e formal.
Para resolver essas chamadas questões de correção de frases, é aconselhável adotar os seguintes cuidados:
- checar problemas ligados à acentuação, à crase e à grafia de palavras problemáticas (especialmente aquelas que têm grafias semelhantes);
- observar o verbo em três níveis:
- a conjugação;
- a concordância;
- a regência;
- observar os pronomes em dois níveis:
- a colocação;
- o uso da forma adequada à sua função sintática;
- observar se as palavras estão empregadas na sua forma e no seu sentido correto. A questão que segue é um bom exemplo de proposta de correção lingüística no estilo tradicional.
- de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;
- de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;
- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular);
- de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.
Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida.
Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação.
Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante. Uma frase como “o povo exageram” tem o mesmo sentido que “o povo exagera”.
Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do conteúdo, é sempre plural. Nada impede que, mesmo na forma singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo época em que o “chique” era a concordância com o conteúdo. Hoje, a concordância é com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. No português atual, uma frase como “o povo exageram”, embora não contenha nenhum absurdo, deprecia a imagem do falante.
Os vestibulares inovadores exploram as variantes lingüísticas de uma maneira bem mais apropriada, reconhecendo a sua utilidade para criar variados efeitos de sentido: caracterizar personagens no interior de um texto narrativo; estabelecer relações de intimidade entre os falantes; ridicularizar pessoas que as utilizam inadequadamente, etc.
Os vestibulares tradicionais, quando tratam das variantes, quase só se preocupam com o que chamam de correção gramatical, postulando como falar correto apenas aquele que corresponde às normas da linguagem culta e formal.
Para resolver essas chamadas questões de correção de frases, é aconselhável adotar os seguintes cuidados:
- checar problemas ligados à acentuação, à crase e à grafia de palavras problemáticas (especialmente aquelas que têm grafias semelhantes);
- observar o verbo em três níveis:
- a conjugação;
- a concordância;
- a regência;
- observar os pronomes em dois níveis:
- a colocação;
- o uso da forma adequada à sua função sintática;
- observar se as palavras estão empregadas na sua forma e no seu sentido correto. A questão que segue é um bom exemplo de proposta de correção lingüística no estilo tradicional.
O uso de recursos da informática no ensino da língua portuguesa
O texto - aquela composição escrita ou falada, que nasceu juntamente com a invenção da linguagem - segue sendo o mesmo. Nossa relação com ele, não. Em suas pesquisas, o historiador da leitura Roger Chartier afirma que o suporte material (papel, áudio, vídeo ou formato digital) exerce influência na relação que estabelecemos com o texto. Nesse sentido, blogs, fotologs e podcasts são novos gêneros, com características próprias. É possível, por exemplo, relacionar links para que o leitor tenha a liberdade de seguir diferentes caminhos - é o chamado hipertexto. Cada vez mais, a turma vai precisar conhecer esses aspectos. A boa notícia é que trabalhos recentes como o do professor Jorge Luiz Marques de Moraes, um dos ganhadores do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 em 2008 (leia a reportagem na página 64), mostram que dá, sim, para conjugar o aprendizado de novos gêneros (no caso dele, o podcast) com conteúdos tradicionais (a comunicação oral).
Além de gerar novas demandas, as ferramentas digitais modificam procedimentos consagrados na disciplina. O exemplo mais significativo diz respeito à edição e revisão de textos. Em processadores como o Word, a verificação ortográfica é muito facilitada. "O professor pode deixar o corretor ortográfico ligado para que os estudantes tentem resolver, com autonomia, alguns dos erros - o que não o isenta de seguir ensinando ortografia", aponta Cláudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio. Em termos de organização textual, a vantagem é poder mudar de lugar, ampliar, cortar e eliminar frases e parágrafos, experimentando novas soluções para a composição sem precisar escrever tudo de novo a cada nova versão.
A informática também pode ajudar no trabalho com gêneros textuais. Na Escola da Vila, na capital paulista, a professora Andressa Mille Fernandes propôs à turma do 4º ano a construção de um informativo sobre o ciclo da água, um conteúdo que já havia sido tratado nas aulas de Ciências. Depois de planejar o texto, decidir o destinatário, selecionar as informações e escrever, as crianças foram para o computador fazer títulos e quadros e escolher fontes e cores. Assim, tanto a forma como o conteúdo da produção se aproximaram ainda mais dos exemplos de jornais, aprofundando a caracterização do gênero estudado.
Além de gerar novas demandas, as ferramentas digitais modificam procedimentos consagrados na disciplina. O exemplo mais significativo diz respeito à edição e revisão de textos. Em processadores como o Word, a verificação ortográfica é muito facilitada. "O professor pode deixar o corretor ortográfico ligado para que os estudantes tentem resolver, com autonomia, alguns dos erros - o que não o isenta de seguir ensinando ortografia", aponta Cláudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio. Em termos de organização textual, a vantagem é poder mudar de lugar, ampliar, cortar e eliminar frases e parágrafos, experimentando novas soluções para a composição sem precisar escrever tudo de novo a cada nova versão.
A informática também pode ajudar no trabalho com gêneros textuais. Na Escola da Vila, na capital paulista, a professora Andressa Mille Fernandes propôs à turma do 4º ano a construção de um informativo sobre o ciclo da água, um conteúdo que já havia sido tratado nas aulas de Ciências. Depois de planejar o texto, decidir o destinatário, selecionar as informações e escrever, as crianças foram para o computador fazer títulos e quadros e escolher fontes e cores. Assim, tanto a forma como o conteúdo da produção se aproximaram ainda mais dos exemplos de jornais, aprofundando a caracterização do gênero estudado.
Qual é o melhor professor?
QUAL É O MELHOR PROFESSOR?"
Quando é jovem, não tem experiência
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta
Não falta ao colégio, é um "Caxias".
Precisa faltar, é um turista.
Conversa com os outros professores ,
Está "malhando" os alunos
Não conversa ,é um desligado
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos
Dá pouca matéria, não prepara os alunos
Brinca com os alunos, é metido a engraçado
Não brinca com a turma, é um chato
Chama a atenção, é um grosso
Não chama a atenção, não sabe se impuser
A prova é longa, não dá tempo
A prova é curta, tira a chance dos alunos
Escreve muito, não explica
Escreve pouco, o caderno não tem nada
Fala corretamente, ninguém entende
Fala a língua do aluno, não tem vocabulário
Exige, é rude. Elogia, é debochado
O aluno é reprovado, é perseguição
O aluno é aprovado, deu "mole"
É o professor nunca está certo,
mas, se todos nós conseguimos ler até aqui, é graças a ele."
(Autor desconhecido. Fonte internet.)
Quando é jovem, não tem experiência
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta
Não falta ao colégio, é um "Caxias".
Precisa faltar, é um turista.
Conversa com os outros professores ,
Está "malhando" os alunos
Não conversa ,é um desligado
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos
Dá pouca matéria, não prepara os alunos
Brinca com os alunos, é metido a engraçado
Não brinca com a turma, é um chato
Chama a atenção, é um grosso
Não chama a atenção, não sabe se impuser
A prova é longa, não dá tempo
A prova é curta, tira a chance dos alunos
Escreve muito, não explica
Escreve pouco, o caderno não tem nada
Fala corretamente, ninguém entende
Fala a língua do aluno, não tem vocabulário
Exige, é rude. Elogia, é debochado
O aluno é reprovado, é perseguição
O aluno é aprovado, deu "mole"
É o professor nunca está certo,
mas, se todos nós conseguimos ler até aqui, é graças a ele."
(Autor desconhecido. Fonte internet.)
Oração do Professor
Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,
Dai-me esta graça que vem do amor.
Mas, antes do ensinar, Senhor,
Dai-me o dom de aprender.
Aprender a ensinar
Aprender o amor de ensinar.
Que o meu ensinar seja simples,
humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre.
Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe
Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.
Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
Mas cresçam e se abasteçam da humildade.
Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
Mas animem as faces de quem procura a luz.
Que a minha voz nunca assuste,
Mas seja a pregação da esperança.
Que eu aprenda que quem não me entende
Precisa ainda mais de mim,
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.
Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,
Para que eu possa trazer o novo, a esperança,
E não ser um perpetuador das desilusões.
Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor.
Voltar para a página especial do Dia dos Professores do Portal da Família
Autor: Antonio Pedro Schlindwein
Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,
Dai-me esta graça que vem do amor.
Mas, antes do ensinar, Senhor,
Dai-me o dom de aprender.
Aprender a ensinar
Aprender o amor de ensinar.
Que o meu ensinar seja simples,
humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre.
Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe
Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.
Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
Mas cresçam e se abasteçam da humildade.
Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
Mas animem as faces de quem procura a luz.
Que a minha voz nunca assuste,
Mas seja a pregação da esperança.
Que eu aprenda que quem não me entende
Precisa ainda mais de mim,
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.
Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,
Para que eu possa trazer o novo, a esperança,
E não ser um perpetuador das desilusões.
Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor.
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Autor: Antonio Pedro Schlindwein
domingo, 25 de abril de 2010
Apenas poesia
"Tudo começou pelo olhar. Foi nos meus olhos que o amor começou...Eu só tinha aquilo que meus olhos ofereciam: uma imagem. Imagens são criaturas de luz. Foi isto que meus olhos viram, foi isto que amei..." [Rubem Alves
Atualizando-se para entender o mundo jovem.
Aprenda os códigos da linguagem virtual e entenda melhor seu filho
A geração do Internetês
Os adolescentes empregam rotineiramente as simplificações de sílabas e palavras que tentam se aproximar de situações orais do uso da linguagem. Assim, “você” vira “vc” e “acho” se torna “axo”. Mas essa não é a única novidade do idioma virtual. Além de letras, os jovens se comunicam na rede manipulando sinais, como os parênteses, o hífen e a pontuação, na tentativa de transmitir emoções, já que não podem ver os rostos de seus pares. Uma gargalhada, por exemplo, pode ser representada pelo símbolo : - )))))).
Para o doutor em lingüística e autor do livro Interação na Internet: novas formas de utilizar a linguagem (Editora Lucerna), Júlio Araújo, não se trata de uma língua à parte, mas de uma das muitas variações possíveis dentro do português formal. “Acho exagerado enxergar nessa forma de comunicação uma tentativa de matar o idioma pátrio. Ela apenas faz parte das inevitáveis mudanças pelas quais passam as línguas naturais”, diz o especialista. A grande questão que se coloca aos pais e educadores é justamente restringir o uso dessa forma lingüística aos meios virtuais, onde ela é particularmente eficaz. “Hoje em dia, observamos com preocupação a contaminação da linguagem utilizada na escola pelo texto de internet”, diz a coordenadora pedagógica do colégio Domus Sapientiae, Ana Maria Império.
Para Araújo, a saída é descobrir maneiras de explorar os recursos dessa nova forma de interação, apontando, em sala de aula, as diferenças entre ela e a língua formal e explicando a utilidade de cada uma em momentos específicos da vida do adolescente.
(Revista Cláudia)
A geração do Internetês
Os adolescentes empregam rotineiramente as simplificações de sílabas e palavras que tentam se aproximar de situações orais do uso da linguagem. Assim, “você” vira “vc” e “acho” se torna “axo”. Mas essa não é a única novidade do idioma virtual. Além de letras, os jovens se comunicam na rede manipulando sinais, como os parênteses, o hífen e a pontuação, na tentativa de transmitir emoções, já que não podem ver os rostos de seus pares. Uma gargalhada, por exemplo, pode ser representada pelo símbolo : - )))))).
Para o doutor em lingüística e autor do livro Interação na Internet: novas formas de utilizar a linguagem (Editora Lucerna), Júlio Araújo, não se trata de uma língua à parte, mas de uma das muitas variações possíveis dentro do português formal. “Acho exagerado enxergar nessa forma de comunicação uma tentativa de matar o idioma pátrio. Ela apenas faz parte das inevitáveis mudanças pelas quais passam as línguas naturais”, diz o especialista. A grande questão que se coloca aos pais e educadores é justamente restringir o uso dessa forma lingüística aos meios virtuais, onde ela é particularmente eficaz. “Hoje em dia, observamos com preocupação a contaminação da linguagem utilizada na escola pelo texto de internet”, diz a coordenadora pedagógica do colégio Domus Sapientiae, Ana Maria Império.
Para Araújo, a saída é descobrir maneiras de explorar os recursos dessa nova forma de interação, apontando, em sala de aula, as diferenças entre ela e a língua formal e explicando a utilidade de cada uma em momentos específicos da vida do adolescente.
(Revista Cláudia)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
A linguagem do momento.
O homem é um ser de linguagens. Com ele e para ele surgiram todas as formas de linguagens capazes de transmitir as idéias humanas.Da pré-história até os dias atuais, o ser falante, dominador de linguagens, usa das mais diversas formas de comunicação para alcançar seus objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais.No que se refere ao campo profissional, destaca-se o professor como membro social que mais precisa atualizar-se, pois esse "detém" parte dos conhecimentos a serem repassados àqueles que estão em formação, construção...
A esse respeito, tivemos nesta semana de 19 a 23/abril/2010, momentos relevantes para a formação continuada dos professores, que foi a realização do Curso Introdução a Educação Digital, ministrado pelo prof. Valdson Castro. Muitos aprenderam ou renovaram informações sobre a importância de conhecer a linguagem digital para investir em aulas mais dinâmicas. O legal do curso foi a forma como as informações foram repassadas, pois levou-se em considerações aqueles professores que pouco conheciam dessa linguagem. E, aqueles que já dominam essa ferramenta puderam acrescentar novas informações e monitorar os que precisavam de ajuda.
Foi muito bom participar desse curso!!!!!!!
A esse respeito, tivemos nesta semana de 19 a 23/abril/2010, momentos relevantes para a formação continuada dos professores, que foi a realização do Curso Introdução a Educação Digital, ministrado pelo prof. Valdson Castro. Muitos aprenderam ou renovaram informações sobre a importância de conhecer a linguagem digital para investir em aulas mais dinâmicas. O legal do curso foi a forma como as informações foram repassadas, pois levou-se em considerações aqueles professores que pouco conheciam dessa linguagem. E, aqueles que já dominam essa ferramenta puderam acrescentar novas informações e monitorar os que precisavam de ajuda.
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